SEÇÃO III


INSTRUMENTALIZANDO A SAÚDE PÚBLICA NO ESTADO


O aumento populacional, a ampliação das fronteiras, a dinâmica econômica e o processo de urbanização exigiram da república catarinense maiores cuidados com a saúde pública. Entre os anos de 1891 a 1936, a área da saúde passou por diversas reformulações: de Inspetoria, em 1891, transformou-se em Diretoria no ano de 1900 e, em 1936, passou a ser denominada Departamento de Saúde Pública.

A reestruturação do setor não foi suficiente para suprir as necessidades de infraestrutura na saúde pública do estado. A falta de saneamento estava intimamente associada ao adoecimento da população. O serviço sanitário era rudimentar e havia um grande déficit estrutural. Faltavam médicos, hospitais, fiscais, farmacêuticos, enfermeiros e verbas para a construção de obras fundamentais para a higiene na capital e no estado.

A questão da saúde era também elemento crucial na construção de uma identidade. Eram necessários investimentos.



Assim como em todo o restante do Brasil, o empenho e a atenção devotados aos serviços sanitários representaram um dos caminhos para inaugurar a saúde como objeto de atenção do governo estadual. Os recursos eram escassos e os investimentos, exíguos.

Lei nº 138 de 14 de novembro de 1936


A reestruturação da área de saúde determinou novos campos de atuação e acúmulo de funções: fiscalização dos portos, vacinação, controle das epidemias, serviços de inspeção sanitária, fiscalização e inspeção dos hospitais, emissão de registro profissional, emissão de licença para o exercício da profissão e abertura de estabelecimento. A ampliação dos serviços prestados à população catarinense não significou, contudo, a ampliação de seu corpo técnico.


Relatório da Diretoria de Higiene do Estado de 1936

A década de 1930 traz uma nova perspectiva para a saúde pública no estado. Nereu Ramos, em sintonia com o governo federal, inicia um programa de investimento nas áreas mais críticas da administração pública: Educação e Saúde. A Inspetoria de Saúde passa a ser denominada Departamento de Saúde Pública, estabelecendo uma nítida divisão entre os setores administrativo e técnico.


Sede do Departamento de Saúde Pública em Florianópolis. In: Álbum publicitário Nereu Ramos 1935-1945

O Departamento Estadual de Saúde Pública (DESP) estava organizado em 7 distritos sanitários e seções em todos os municípios catarinenses.


Na sede do Departamento de Saúde Pública, estava instalado o Centro de Saúde, que contava com serviços especializados para o trabalho de profilaxia e combate às endemias.


Para o combate e tratamento das doenças infectocontagiosas, na concepção de hospitais de isolamento, foi construído o Hospital Nereu Ramos, na localidade denominada Pedra Grande (atual bairro Agronômica), em Florianópolis, região pouco povoada e que possuía um relevo propício para a implantação de um equipamento hospitalar destinado ao tratamento da tuberculose e demais doenças contagiosas. O Hospital Nereu Ramos – HNR foi inaugurado em 06 de janeiro de 1943.


Constituiu-se uma rede de Centros de Saúde localizados nas cidades de Joinville, Canoinhas, Tubarão, Laguna, Lages, Itajaí, Blumenau e São Francisco. Eram construídos em parceria com as prefeituras e focavam no combate às doenças e na assistência à infância.


Como forma de ampliar o atendimento hospitalar e obstétrico no estado, foram construídos a Maternidade Darci Vargas, em Joinville, e o Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, em Lages. Esse último, destinado ao atendimento aos enfermos carentes economicamente, contava com o Pavilhão Celso Ramos, composto por quartos particulares, que gerava renda quase suficiente para cobrir as despesas das alas de internação gratuita.


Visando implantar um serviço de assistência à saúde mental no estado e garantir o recolhimento e tratamento dos “alienados mentais”, foi construído o Hospital Psiquiátrico Colônia Sant’Ana no município de São José, inaugurado em 10 de novembro de 1941.



As políticas públicas voltadas à saúde foram sendo reelaboradas no decorrer do século XX. Houve rupturas com práticas terapêuticas e curativas invasivas, surgiram tratamentos mais humanizados em todos os campos da saúde, e foram impostos novos desafios ao poder público: ampliar e qualificar o atendimento à atenção básica.

Nossa singela homenagem à Saúde Pública de Santa Catarina!

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